Estas terras constituem hoje um acidentado espaço com cerca de dezoito quilómetros quadrados que se desdobra em incontáveis colinas, portelas e vale, dominados a norte pelo autero perfil azulado da Serra de Montejunto.
Terras férteis de vinhedos, vinhas e cerejais oferecem ao visitante ocasional paisagens de deslumbramento que se podem admirar dos mirantes naturais: Sobreiros, Calçada, Silveira do Pinto, Soeiro Cunhado e Sítio de São Miguel.
A cobrir esta paisagem montanhosa e diversa, a mancha verde brilhante das vinhas, pomares e hortas, os tons verdes negros das pequenas matas e arvoredos dispersos aqui e ali os espaços alvadios das ”terras de pão” e um pouco por toda a parte, a brancura aconchegada do casario das quintas, dos casais, dos lugares e das aldeias ou as silhuetas melancólicas dos velhos moinhos de vento imobilizados nos visos das colinas. Dão o toque final a este belíssimo quadro naturalista os traços bem marcados da estradas, caminhos e veredas, as linhas que caligráficas dos “cômoros” ou das “estremas” de propriedade e o traçado escuro das cortinas de arvores `beira dos cursos de água.
Os velhos caminhos de calçada ou terra batida escondidos nas dobras das colinas entre arvoredos ou à descoberta de belos horizontes e de paisagem inesperada.
As aldeias e os lugares quase esquecidos, onde o ritmo calmo da vida e os seus grandes silêncios parecem pertencer a tempos já passados. As pequenas ermidas e Igrejas que guardam a sua beleza.
As tradições das festas cíclicas do Natal e do Entrudo, da Semana Santa e da Páscoa, dos Santos padroeiros, ainda vivas nas práticas tradicionais deste povo.
As velhas quintas solarengos de escuras adegas, repletas de história ligadas a um passado não muito distante de grande produção vinhateiras e da alegria das vindimas.
O antigo convento de S. Jerónimo, que nos deixaram o testemunho da fé das suas comunidades religiosas que à muito desapareceram das nossas terras.
O colorido da azáfama dos trabalhos das vindimas com cheiros e sons antigos a acordar e perfumar campos e povoações.
Tudo isto, e um sentido profundamente rural da vida, a quarenta e poucos quilómetros de grande cidade, onde a palavra campo há muito perdeu o sentido, fazem destas terras um espaço privilegiado para um visitante amigo da Natureza e dos valores da nossa terra.
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