quinta-feira, 15 de outubro de 2009

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Festas de São Miguel - 2009







Na Passada terça feira, dia 29 de Setembro iniciou-se as festas de São Miguel de Palhacana. As festas deste ano arracam com a celebração da Missa da solenidade de São Miguel, padoeiro principal da nossa Paroquia, e Procissão de velas, que percorreu como habitual a estrada entre a Igreja Paroquial e o cruzamento para o Pereiro, local que antigamente se encontrava um Cruzeiro de pedra, que desapareceu pela no inicio do sec XX, posteriormente a população colocou uma cruz de madeira em memória da anterior, mas que foi queimada, ficado assim este lugar com a designação de Cruz Queimada.



Esta celebrão foi presidida pelo reverendo Padre Ricardo Jacinto, prior de S. Domingos de Carmões, Paroquia que estrema a nossa.



No proximo fim de semana, acontecerá o resto do programa das Festas, onde não faltarão os grupos de foclorico, bodos, leilões e celebrações religiosas.






quinta-feira, 21 de maio de 2009

A Quinta Feira da Espiga


O fenómeno de revitalização vegetativa, em que a natureza após a longa letargia invernal acorda, desabrochando numa sinfonia de vida, constituiu sempre para as populações arcaicas, um momento mágico e determinante da visão cósmica da existência. Momento aguardado com a ansiedade das perspectivas de novas colheitas mas, igualmente despoletador de dúvidas acerca da sua efectiva realização, este é o tempo em que chega a Primavera. Tempo sagrado, como todos os tempos de transição, nele se efectuavam, em épocas passadas, diversos cerimoniais cujas funções exprimiam a comemoração festiva do eclodir primaveril e, algumas vezes até, rituais de expulsão simbólica do Inverno que terminava. Neste sentido, realizaram-se durante séculos, por todo o mundo mediterrâneo, grandiosos festivais florais em que jovens nubentes se espalhavam pelos campos e, em alegre convívio cantavam e dançavam, e se enfeitavam com verduras e flores, num ritual ancestral de que o nosso “dia da espiga” constitui herdeiro directo, embora minorado. Poder-se-á dizer, então, que fazendo parte deste ciclo festivo da Primavera, a Quinta Feira da Ascensão, ou “da espiga”, corresponde à cristianização de um complexo de festividades pagãs ligadas à celebração e consagração da natureza. De facto para as sociedades primitivas, a regeneração vegetal, de que a agricultura é função, está dependente, em grande parte, das boas ou más vontades divinas e, em última instância, da maior ou menor fertilidade da terra-mãe. Não é portanto de admirar que este tempo vital, expresso no renascer das plantas, no desabrochar das árvores e na proliferação das flores e frutos, desencadeasse grandes manifestações de alegria, em que jovens se dirigiam para os campos, para aí, em comunhão com a natureza, festejarem e, naturalmente, adquirirem também eles as energias fecundantes que nesta altura fluíam em profusão.Mas o “dia da espiga” era também o “dia da hora”. Herdeiro de simbolismos primevos, este era um tempo particularmente sagrado. Um tempo por muitos considerado “o dia mais santo do ano”, em que se não devia trabalhar e em que “nada bulia”, em que as transgressões referentes ao trabalho se revelam estranhamente ineficazes, quando não se manifesta até outro tipo de sanção mais radical. Avultava, aí, uma hora em que as coisas possuíam especiais valências e singulares transcendências... o meio-dia! Essa é a hora em que os “as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e até as folhas se cruzam” configurando assim, devotadamente, o sinal da cruz”! De sacralismo tão intenso que, como se cré, na zona do Vale do Tejo, nem os “passarinhos vão ao ninho”! Ao meio-dia se deviam, então, colher as ervas que iam ser utilizadas na farmacopeia popular durante todo o ano. Ao meio-dia se deviam preferencialmente colher os diversos raminhos que no seu conjunto constituíam a “espiga”, temporalidade que por razões funcionais foi, em muitas zonas, caindo em desuso.É um tempo prodigioso, eivado de proibições e obrigações. Nalgumas aldeias acreditava-se que não se podia, nesse dia, cozer pão. Noutras, pelo contrário, o pão cozido era sagrado, mantendo-se incorrupto até ao ano seguinte. Em Alenquer, por exemplo, o leite ordenhado nesse dia não se vendia, dava-se, já que a realização de negócios, mesmo os mais simples, constituía mau presságio. Em casa “a espiga” era, e é, guardada atrás da porta ou junto da imagem de particular devoção. A mera existência numa habitação desse simples raminho, constitui poderoso e multifacetado amuleto. Para dar saúde, alegria e abundância e, especialmente, para que nessa casa nunca faltem os indispensáveis azeite e pão!Aliás, o seu sentido propiciatório era, em tempos idos, evidente e diversificado. Quando das trovoadas, um bocado posto a arder à lareira afastava os raios e oferecia protecção eficaz contra a tormenta.A este tempo estavam ainda ligadas as oferendas das “primícias” e as “benções dos campos”, nos nossos dias, por razões funcionais, de contornos institucionais mais ou menos litúrgicos e de temporalidade mais variada. Em muitas zonas do país, costumavam-se soltar, durante a missa, grupos de andorinhas que, paciente e delicadamente, se tinham apanhado nos dias anteriores, adornadas as mesmas com coloridas fitinhas e lacinhos vermelhos.Enfim, sejam ou não vistos, hoje, numa perspectiva canónica, fazendo ou não parte do imaginário popular, estas tradições que comemoram o desabrochar da Primavera são sempre tempos especiais na temporalidade mística das populações rurais mediterrâneas e, na sua coexistência com o sacralismo da terra-mãe, hierofania exemplar da sua relação com a esfera do sagrado.É o milagre da vida, que se renova periódica e inexoravelmente todos os anos. Da terra prenhe eclodem os frutos naturais. Semente divina, condição de sobrevivência, dádiva da fertilidade que as massas urbanas apenas, hoje, apreciam à distância!

sábado, 2 de maio de 2009

O Dia da Bela Cruz


Na noite da véspera do dia da Bela Cruz, que o calendário cristão celebrava no dia 3 de Maio, havia o costume de colocar cruzes de madeira floridas nas encruzilhadas e nas portas das casas.
Estas consagrações florais, segundo a hipótese clássica, vão procurar a sua filiação às festas romanas eu celebravam o renascer da Primavera, e que no nosso País correspondem à celebrações cíclicas conhecidas por Maias, estas celebrações foram proibidas no tempo de D. João I em 1385.
O Dia da Bela Cruz é celebrado ainda hoje na nossa terra e no nosso concelho, no dia 3 de Maio, são colocadas na véspera, à meia-noite, as suas cruzes floridas nas portas e janelas das casas. Estas cruzes são enfeitadas com folhas de nespereira e flores do campo, papoilhas, malmequeres, rosas.
Também é costume colocar flores em todos os cruzeiros, como acontece no Cruzeiro do Mato.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Natal d´outros Tempos




Contam, os mais antigos, que esta quadra era festiva, e que em Ribafria era vivida com outra expressão.

Durante o dia 24 de Dezembro, as famílias ricas e pobres preparavam a ceia, ou seja a consoada, nesta variava consoante as posses da família, mas não faltava o bacalhau, a galinha corada, e as filhóses de abóbora, ou como habitualmente são chamadas “ “velhoses” amassadas em grandes alguidares de barro vidrado, a noite de Natal era passada à volta deste alguidar, pois de tarde iniciava-se, depois de amassadas tinham que repousar para crescer, e durante este tempo as famílias comiam o Bacalhau, depois a família reunia-se em volta da frigideira para fritar as “velhoses”, quando saia as primeiras, o chefe da família deitava um foguete, para avisar os vizinhos, à quem diga que este gesto era de saudação à Senhora do Egypto, padroeira da terra, e que assim a primeira “velhos” era para a Senhora. Depois, a noite continuava entre o estalar dos foguetes e o convívio em família.

Outra tradição era o retirar o Menino à Senhora, que penso que se fazia nove dias antes do Natal, e depois o Menino Jesus aparecia na Igreja, no dia de Natal, vestido como o seu enxoval e deitado numa caminha, que ainda se conserva na Igreja, mas já à muitos anos que não se retira o Menino à Senhora e não se ouve os foguetes.